quinta-feira, 28 de maio de 2009

Não sentir

"O hábito tem-lhe amortecido as quedas. Mas sentindo menos dor, perdeu a vantagem da dor como aviso e sintoma. Hoje em dia vive incomparavelmente mais sereno, porém em grande perigo de vida: pode estar a um passo de estar morrendo, a um passo de já ter morrido, e sem o benefício de seu próprio aviso prévio."





Estou em conflito comigo mesmo. E não, não é tão fácil quanto parece. É mais perigoso do que confrontar um outro alguém. Acredite, eu sei do que estou falando. Ou não.
Quando me encontro nesses períodos, tenho tendências suicidas e tenho também algo inquietante, mania de acordar o que dorme. Não mania, parece que tenho controle e opção de fazer tal coisa. Não, não tenho. É algo que independe de mim. Talvez uma parte com vida própria que se aloja na parte da minha vida. Perigosíssimo fazer isso.
É que, por dentro, quando as coisas despertam não voltam a dormir nunca mais.É como uma ferida aberta, latejando loucamente, chamando a atenção para sua existência, pro seu desenterro. Não sei proceder a esses acontecimentos, por isso mesmo os deixo passar; fico calmo, acalmando, ou tentando acalmar o desassossego que me aflige.
Vai passar, sei que sim, momentaneamente, mas vai.
Até porque, como disse, nunca mais voltam a dormir!
(13/03/09 - No dia em que não me reconheci - por Rodolpho)

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