sábado, 18 de julho de 2009

Trecho

"Era profundamente derrotado pelo mundo em que vivia. E separara-se das pessoas pela sua derrota e por sentir que os outros também eram derrotados. Ele não queria fazer parte de um mundo onde, por exemplo, o rico devorava o pobre. Como parecia-lhe um movimento apenas romântico, o seu, se se agregasse aos que lutavam contra o esmagamento da vida como esta era, então fechou-se num individualização que, se não tomasse cuidado, podia se transformar em solidão histérica ou meramente contemplativa. Enquanto não viesse algo melhor, procurava relacionar-se com os outros derrotados por intermédio de uma espécie de amor torto, que atingia tanto os outros como, de algum modo, a si próprio."




- É preciso saber sentir, mas também saber como deixar de sentir, porque se a experiência é sublime pode tornar-se igualmente perigosa. Aprenda a encantar e a desencantar. Observe, estou lhe ensinando qualquer coisa de precioso: a mágica oposta ao "abra-te, Sésamo". Para que um sentimento perca o seu perfume e deixe de intoxicar-nos, nada há de melhor que expô-lo ao sol.




Tudo Clarice, tudinho.

5 comentários:

  1. É triste como os trabalhos de um artista, só é dado seu devido valor, depois de o tal morto.

    Enfim, você e Clarice sempre me dando, algo como uma esperança final. Eu amo as coisas que você posta sim, como já disse, é bom. De certo modo, me acalma e me inspira.
    Sempre vai ter o meu comentário garantido! rs.

    Beijão, se cuide também.

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  2. E é, principalmente, preciso saber como sentir de novo, caso o encanto do não sentir te tenha predido. Às vezes é tão mais fácil ficar incolor e indolor a tudo.


    *"Melhor ir engolindo a seco".


    ;*

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  3. É, preciso aprender um pouco a deixar de sentir. Devo estar vivendo essa tal fase perigosa de que a Clarice fala. Às vezes, é preciso passar pelo inferno pra subir ao paraíso.

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  4. Também concordo que a gente não pode se entregar 100% de corpo e alma a tudo em nossa volta,afinal sempre haverá um basta em nossas emoções ,fazer o quê não podemos agradar a todos.B ju

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É para você que escrevo, é para você.