quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Luvas de Pelica

Notas para os nanquins de ontem e anteontem: reaproveitar o casaquinho de banlom.
Quando você mal pensa que é novidade, não é.
A medida entre o descuido e a premeditação se chama (
floating attention).
Daí escapam mapas da ilha, passarinhos, pessoas seguindo numa certa direção, bichos que vão virando gente, discretamente eróticos, desejando mancha transparente e diluída de aquarela cor-de-rosa, see?
Aprender fazendo, baby.
Começar pelas médias (daí para pequenas, depois para grandes).
Não ter medo de prosseguir.
Numa extremidade começam os mapas; noutra os bichos alternados
ora reconheço, ora não; às vezes sei onde vou dar, o nome canguru me ocorre, às vezes só depois percebo; quando o nome me ocorre encubro aos poucos não ter medo do inesperado mesmo ao som do hit parade.
Uma extremidade corre em direção à outra. Mulher é difícil.
E patos voando em formação?
Não tem olhos, só tem direção.
Sem olhos, mas não cegos.
Alguns dão cria.




Opto pelo olhar estetizante, com epígrafe de mulher moderna desconhecida ("Não estou conseguindo explicar minha ternura, minha ternura, entende?”). Não sou rato de biblioteca, não entendo quase aquele museu da praça, não tenho embalo de produção, não nasci para cigana, e também tenho o chamado olho com pecados. Nem aqui? Recito WW pra você:
"Amor, isso não é um livro, sou eu, sou eu que você segura e sou eu que te seguro (é de noite? estivemos juntos e sozinhos?), caio das páginas nos teus braços, teus dedos me entorpecem, teu hálito, teu pulso, mergulho dos pés à cabeça, delícia, e chega –
Chega de saudade, segredo, impromptu, chega de presente deslizando, chega de passado passando em vídeo-tape impossivelmente veloz, repeat, repeat. Toma esse beijo só para você e não me esquece mais. Trabalhei o dia inteiro e agora me retiro, agora repouso minhas cartas e traduções de muitas origens, me espera uma esfera mais real que a sonhada, MAIS DIRETA, dardos e raios à minha volta, Adeus! Lembra minhas palavras uma a uma. Eu poderei voltar. Te amo, e parto, eu incorpóreo, triunfante, morto."


Luvas de Pelica, Ana C.

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