sábado, 9 de outubro de 2010

García Marquez

Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco.


Um comentário:

  1. Tá muito legal teu blog, Rodolpho.(teu nome é idêntico a de meu primo!). A identidade visual da página é bem interessante, soremaneira a ilustração do anjinho barroco tomando um dardejada flâmula e fulminante (rsrs). Entretanto, chamou-me mais a atenção a epígrafe de teu perfil: disseste o que importa, de modo certeiro - concordo com quase tudo. De fato é um beco sem saída, qualquer posturas que assuma há de desagradar alguns, talvez até a grande maioria! Mas, qual é a tua? O que queres?(rs). Só não concordei muito com a proposição "fazer apenas o que gosta". Não acho que devamos fazer apenas o que gostamos, até porque mesmo nossos deveres imprescindem de uma referência objetiva. Muitas vezes abrimos parcialmente mão do que gostamos ou temos de fazer o que não gostamos e virtude de nossos deveres superiores quais queremos mais que tais gostos. Bom quando conseguimos conciliar deveres (direitos e obrigações), poderes (potência/capacidade de), e gostos (preferências estéticas), aí temos uma conformidade ética eminente.

    Abçs, meu chapa.

    Fellipe

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