domingo, 11 de abril de 2010


Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou (...). Eu abandono histórias, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia (...). Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar.




Caio Fernando Abreu

2 comentários:

  1. ainda não li.
    ganhei este ano, de presente de aniversário.

    no momento estou dando uma lida em Pensar é Transgredir, outro presente, rs...

    neste, eu só dei uma lida rápida e postei um fragmento lá no reino das palavras.



    ahhh, esse fragmento de Caio.
    sempre que leio viajo num tempo...

    acho que viajei agora.


    bom fim de tarde,
    beijos! ^^

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  2. Amo esse trecho do Caio. Em mim ela fala mais do que Amor, fala em tanta coisa, coisas essas que só eu mesma sei.

    Beijos

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É para você que escrevo, é para você.