quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Caçador de raízes

Eu pertenço à fecundidade
e crescerei enquanto crescem as vidas:
sou jovem com a juventude da água,
sou lento com a lentidão do tempo,
sou puro com a pureza do ar,
escuro com o vinho da noite
e só estarei imóvel quando seja
tão mineral que não veja nem escute,
nem participe do que nasce e cresce.

Quando escolhi a selva
para aprender a ser,
folha por folha,
estendi as minhas lições
e aprendi a ser raiz, barro profundo,
terra calada, noite cristalina,
e pouco a pouco mais, toda a selva.


Pablo Neruda

3 comentários:

  1. Meu caro,
    quanto tempo, hein?!

    andou sumido.
    Apareça mais :))


    Que belo Neruda.
    Ainda há pouco li algo dele... gosto dessa sintonia de versos!


    Um abraço e muita felicidade!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Olaaa.. muito bom o teu blog.. vc tem mto bom gosto.. :)

    ResponderExcluir

É para você que escrevo, é para você.